"Tudo o que eu podia fazer, eu fazia. Foi uma época boa, mas percebi que não era o foco. Experimentava tudo o que aparecia: maconha, cocaína e outras drogas. Também bebia muito. Era jovem e louco. Perdi tempo com isso, mas me diverti bastante. Se eu não parasse, seria mais um para as estatísticas de morte de overdose", disse.
O cantor revelou ainda que costumava subir ao palco drogado, e muitas vezes não se lembrava da noite anterior. "Quando comecei a não me lembrar como tinha sido o show, eu percebi que tinha que parar. Era uma irresponsabilidade ser contratado para um trabalho e fazer as coisas da forma errada. Não era legal. Não lembrava da cidade, do palco, de nada. Inclusive peço desculpas as pessoas que foram ao meu show e me viram nessa situação", disse.
Prestes a completar 67 anos, Odair José disse ainda que deixou a vida boêmia para trás sem ter que fazer muito esforço. "Hoje em dia sou um careta total. Durmo cedo e acordo cedo. Quando eu coloquei na cabeça que eu não queria mais, consegui parar. Não tive muita dificuldade. O que me deu mais trabalho foi a bebida alcoólica", contou.
Responsável por clássicos como "Eu vou tirar você deste lugar", "A noite mais linda do mundo", e "Essa noite você vai ter que ser minha", Odair José contou que foi um dos artistas que mais sofreu com a censura.
"Depois do Chico Buarque, fui o cara que mais teve músicas censuradas. Depois que eu gravei 'Eu vou tirar você deste lugar', que fala do amor de um cara por um prostituta, me chamaram e disseram que eu teria que ter mais cuidado com as palavras que usava nas minhas canções. A partir dali todo o disco que gravava começou a ir para a censura", finalizou.
AUTOR: UOL
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