Que a audiência de Babilônia (Globo) é fraca, isso já não é mais uma
novidade. A trama tem média de 25 pontos na Grande SP e já é a pior da história do horário. Para tentar salvar o ibope dos últimos capítulos, os autores, Gilberto Braga, Ricardo Linhares e João Ximenes Braga, adotarão o famoso recurso do “quem matou?”, que consiste em matar um personagem e só revelar o assassino no fim. Nos próximos capítulos, Murilo (Bruno Gagliasso) será quem vai morrer misteriosamente.
Apesar de os números sugerirem o contrário, segundo Linhares, tudo já estava programado e a tática não é uma medida de desespero. “O ‘quem matou?’ não será o foco maior da novela daqui para a frente, mas, sim, a derrocada de Beatriz”, diz ele, sobre a personagem de Gloria Pires, que ficará pobre.
E sai pela tangente sobre o fraco ibope da trama. “Não existe essa preocupação com audiência. Se existisse, teríamos feito o ‘quem matou?’ há mais tempo, em vez de matar o Murilo faltando 13 capítulos para encerrar a novela”, assegura.
A trama foi encurtada e terminará com cinco meses (cerca de dois a menos do que o usual), no dia 28.
Morte misteriosa
No capítulo programado para ir ao ar no dia 13, Murilo morrerá misteriosamente na festa de aniversário de Alice (Sophie Charlotte). “A morte de Murilo é uma consequência das ações do personagem, que cometeu diversos crimes e colecionou inimigos ao longo da história”, aponta o autor.
O corpo do cafetão será encontrado na pista de dança com um furador de gelo cravado nas costas.
A partir disso, todos os que estarão no aniversário, na boate de Guto (Bruno Gissoni), passarão a ser considerados suspeitos. São eles o próprio Guto, Beatriz, Inês (Adriana Esteves), Regina (Camila Pitanga), Alice, Evandro (Cássio Gabus Mendes), Cris (Tainá Müller) e Vinícius (Thiago Fragoso).
“Uma delegada vai tomar o depoimento deles, e as pistas surgirão durante as investigações. Mas isso não muda o tom da novela, que não será uma trama policial. Babilônia é um melodrama urbano contemporâneo que gira em torno de três mulheres”, diz Linhares, referindo-se a Beatriz, Inês e Regina. “Gostamos do que a novela representou. Estamos satisfeitos”, diz.
Especialistas
Segundo especialistas em televisão, a tática do “quem matou?”, que entrará na história de Babilônia em nada deve melhorar a fraca atuação da novela.
Para o autor do Almanaque da Telenovela Brasileira, Nilson Xavier, o “quem matou?” não chega a ser uma apelação, mas não vai resolver. “As tramas de Gilberto Braga, desde a década de 1990, têm esse artifício. Não considero apelativo, mas creio que não vai alterar os fracos índices”, comenta.
“A novela já perdeu diversas vezes para I Love Paraisópolis, das 19h. Isso nunca havia acontecido antes. Ficará marcada totalmente pelo fracasso”, complementa.
O doutor em teledramaturgia pela Universidade de São Paulo, Claudino Mayer também não acredita em boa repercussão. “Sobretudo por conta do personagem, o Murilo, que não mostrou a que veio. Ele não se destacou na história, então, não deverá haver uma comoção nem uma curiosidade pela morte dele”, destaca.
“Quando houve a morte famosa de Odete Roitman (Beatriz Segall), em Vale Tudo (Globo, 1988), teve muito mais impacto, pois ela era uma personagem muito ativa na trama. Até hoje, é a morte mais lembrada da televisão”, conclui.
AUTOR: Leonardo Volpato, da Folhapress
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