A REGRA DO JOGO: ALEXANDRE NERO FALA SOBRE POSSÍVEL REDENÇÃO DE ROMERO

Falta menos de um mês para a novela "A Regra do Jogo" chegar ao fim e a sinopse original do folhetim das nove da Globo prevê que o protagonista Romero Rômulo terminará regenarado. Para seu intérprete, Alexandre Nero, essa redenção pode até acontecer, mas provavelmente de forma trágica.

"O João (Emanuel Carneiro, autor) falou que ia ter uma redenção desse cara e a única maneira de um ser humano real ter redenção é morrendo. Quando morre, todo mundo vira santo. A única maneira de alguém virar herói ou santo é morrendo", disse Nero, num intervalo de uma gravação de "A Regra do Jogo".

"Enquanto estiver vivo, todo mundo tem o rabo preso, um lugar frágil. E o Romero não é diferente. Ele tem defeitos e qualidades como todo mundo. É um cara muito comum e diário, mais do que a gente pensa", opinou o ator.

Para ele, a novela representa tão bem as pessoas que o próprio público não se enxerga no protagonista de caráter duvidoso. "O Romero se engana que é bom e o público também", critica. "As pessoas acham que são boas, mas não são! Tem muita coisinha aí embaixo do tapete".

"Sempre acham que são melhores que os outros... O problema, aliás, é sempre o outro! O Romero também acha isso. E ele até tem muita autocrítica, se culpa por muita coisa, algo que é até raro de acontecer. As pessoas não se culpam muito", avalia.

'Maior contradição que pode existir de algo'

Segundo Nero, Romero Rômulo é de longe o personagem mais difícil que já intepretou. "O autor engana o público e me engana. Quando penso que ele não vai fazer mais nada, ele faz. O Romero é a maior contradição que pode existir de algo. E isso é ser humano", opina.

"Ele se engana e se contradiz o tempo inteiro. É um cara que será eternamente infeliz, nada pra ele é o bastante. Ele quer dinheiro e, quando consegue, se sente culpado. No fundo, ele é humano. Qualquer pessoa que tem consciência do mundo em que se vive hoje, não é feliz plenamente. O tempo inteiro você tem ambições, mas sabe que tem muita gente passando fome", avalia.

AUTOR: EGO